Cães de aluguel
Realmente não há o menor cerne na mente
humana. Volúvel, o ser humilde que
arvora-se na racionalidade única da sua espécie, se esmera no quesito maldade e
submissão.
Não
há fim na exploração de animais. Não bastasse a hipocrisia da qual faço parte,
no quesito de cultura alimentar, tudo justifica o lucro, a posse a moeda. Pouco
importa se haverá violência. Zoológicos ainda existem, espetáculos dantescos
com animais, vestimentas, e o já aceito
abandono do Estado no trato dos bichos.
Sempre
há uma justificativa. É propaganda, divertimento, exploração, alimentação, e o
descaso com animais errantes. Em específico, os existentes nos centros urbanos.
Silvestres, exóticos e principalmente domésticos sofrem do abandono, da
ignorância do trato.
O
que se busca é ganhar. E, os amados animais sofrem. No momento de vender
produtos, de sensibilizar o povo, são usados muitas vezes a exaustão. Usados em
charretes, montarias desconexas, sem qualquer sentido que não a total aversão
em evoluir. Homem rude, afasta o bem viver da natureza.
A
mão que afaga é a mesma que apedreja. Neste último quesito, o homem possui
infindável domínio. Nenhuma espécie é tão profissional no desrespeito da vida.
Qualquer vida.
A
modalidade que aporta nas cidades urbanas, que já é combatida no Brasil, é a
locação de animais pra guarda e segurança de espaços.
O
animal de estimação, que troca o carinho pela guarda de seu zelador, o animal
ensinado a defender o espaço onde vive e onde precisa ter atenção e cuidado,
agora não mais será criado por seu companheiro humano. Não.
O
humano opressor encontrou mais uma alternativa cruel. Animais são contratados
como seguranças temporárias.
Dane-se
a cabeça do animal e seus sentimentos, esqueçam que animal nutre um vínculo
com seu tutor, o que importa é ser agressivo e zelar pelo patrimônio do homem.
Aliás,
enquanto animais jovens e ativos, são fruto de mercancia pois, agem
rapidamente, com sentidos apurados. Na velhice, o que lhes espera é o abandono,
a falta de sanidade, e a morte.
O
aluguel de animais merece combate. Vida não pode ser alugada ou ligada e
desligada.
Animal
não é coisa. A escravidão que praticamos, aliás se diga, a humanidade está na
vala do esgotamento visto abandonar princípios de respeito, moral, harmonia e
fraternidade, com os animais não pode suportar mais esta violência.
O
aluguel de vidas só aumenta o abandono quando aquele trabalhador, não mais é
útil ao seu gestor. O que fazer? Revolte-se. Comente. Atue em seu favor.
Quem
ama animais, cuida de idosos e ensina aos seus iguais. Mais que anunciar esta
barbárie, urge colocarmos luz nesta nova forma de desrespeito da vida.
Fica
a questão. Quando iremos alugar esposos, esposas, mães, pais, filhos, irmãos,
avós, e talvez, algum sentimento. Se sobrar espaço no órgão que poucos
usam. O coração e o cérebro.
Comentários
Postar um comentário